Na próxima quinta-feira, dia 25 de
setembro acontecerá o júri de Eduardo dos Santos Pereira, o acusado de
ser o mentor da barbárie ocorrida em Queimadas, na Paraíba, em fevereiro
de 2012.

Ainda em 2012, seis dos autores foram
condenados por estupro, cárcere privado e formação de quadrilha, a uma
pena que se fosse somada corresponderia a 186 anos de prisão e os
adolescentes envolvidos iniciaram o cumprimento das respectivas medidas
sócio-educativas. O último réu a ser julgado é Eduardo dos Santos
Pereira, acusado de ter sido o idealizador do crime e executor das
vítimas assassinadas.
Estupros coletivos, como o acontecido em
Queimadas, são manifestações extremas do machismo. Desde então,
infelizmente, outras notícias de violências deste tipo continuaram a
aparecer na mídia: a acusação da Banda New Hit na Bahia, os casos
ocorridos na Índia, entre outros tantos. Além disso, o contexto de
violência contra as mulheres na cidade de Queimadas é crítico; no mesmo
ano ocorreu o estupro e assassinato da estudante Ana Alice de Macedo (16
anos).
Desde que a Marcha Mundial das Mulheres
começou atuar no caso – há dois anos e meio – verifica-se relatos
constantes de uma cultura de violência combinada com silêncio e medo em
Queimadas. Exemplo disso é que ainda hoje as famílias das vítimas são
hostilizadas na cidade por pessoas ligadas aos autores do crime. Existe
um discurso violento e depreciativo que busca legitimar essa barbárie,
ao sugerir que as vítimas fossem prostitutas ou que mereceriam o
acontecido por simplesmente terem comparecido à suposta festa de
aniversário num domingo à noite!
Apesar da pouca atenção da imprensa, os
movimentos feministas e de mulheres foram fundamentais para dar
visibilidade ao caso, pressionar e demonstrar a indignação diante da
violência contra as mulheres, fato reconhecido pelas famílias das
vítimas.
Em memória das mulheres brutalmente
assassinadas e em defesa da vida de todas nós, é importante que este
crime não seja esquecido, e gritemos ao mundo que jamais permitiremos
que a violência contra as mulheres seja naturalizada. Para isso, as
mulheres pedem que todas e todos possam utilizar as redes sociais
dizendo:
#SOMOSTODASMULHERESDEQUEIMADAS
QUEREMOS #JUSTIÇAPARAASMULHERESDEQUEIMADAS
QUEREMOS #JUSTIÇAPARAASMULHERESDEQUEIMADAS
Para entender mais sobre o crime veja o vídeo exibido no Programa do Fantástico em 19/02/12
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