Lésbicas negras apontam 15 recomendações para prevenção do HIV/Aids

 
Nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, na cidade de Porto Alegre (RS), o Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas (Candace BR) realizou o Seminário Nacional da Promoção e do Controle da Saúde das Lésbicas Negras. A iniciativa buscou impulsionar o pensar e o agir em relação à saúde desta população.
Durante seminário, foi formalizada a SAPATÀ - Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde das Lésbicas Negras, que nasce com o propósito de somar com a Rede Nacional do Controle da Saúde da População Negra. SAPATÀ é uma palavra em iorubá que significa “Orixá da saúde e é um dos nomes dados a Omulú - Vodum da Terra, também conhecido por Xapanã ou Obaluaiê.
A SAPATÀ - Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde das Lésbicas Negras visa, também, a garantir em maior grau a eqüidade no que tange à efetivação do direito humano a saúde em seus aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de doenças e agravos transmissíveis e não-transmissíveis, incluindo aqueles de maior prevalência neste segmento populacional. 

Feminização do HIV/Aids

O número de mulheres com DSTs/HIV-AIDS vem crescendo de forma alarmante, porém uma parcela desta população de risco é lésbica e negra, porém não havendo a seriedade na implementação do quesito raça/cor e orientação sexual nos cadastros de atendimento e muito menos incentivo a pesquisas que possam apontar dados concretos deste crescimento.
Por meio do Plano de Enfrentamento da Feminização da AIDS e do Pacto de Políticas Públicas para as Mulheres, as lésbicas negras elencaram as seguintes resoluções:
1. Incentivo à produção do conhecimento científico e tecnológico em saúde das lésbicas negras;
2. Promoção de ações pertinentes ao combate a lesbofobia e racismo e a redução das desigualdades étnico-raciais no campo da saúde;
3. Inclusão dos temas orientação sexual racismo e saúde das lésbicas negras nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde e no exercício do controle social na saúde;
4. Identificar, combater e prevenir situações de abuso, exploração e lesbofobia incluído o assédio moral, no ambiente de trabalho;
5. Fomentar a realização de estudos e pesquisas sobre lesbianidade, racismo e saúde da população negra;
6. Aprimorar a qualidade dos sistemas de informação em saúde, por meio de inclusão dos quesitos orientação sexual e cor em todos os instrumentos de coleta de dados adotados pelos serviços públicos, os conveniados ou contratados pelo SUS;
7. Promoção do reconhecimento dos saberes e práticas populares de saúde, incluindo aqueles preservados pelas religiões de matrizes africanas;
8. Desenvolver processos de informação, comunicação e educação, que desconstruam estigmas e preconceitos que contribuam para a redução de vulnerabilidades;
9. Apoio técnico e financeiro para implementação desta política, incluindo as condições para: realização de seminários, oficinas, fóruns de sensibilização dos gestores de saúde;
10. Formação de lideranças lésbicas e negras para o exercício do controle social para que também possam estar presentes nos comitês técnicos de saúde da população negra, já implantados e que serão implementados nos estados e municípios;
11. Fomento à realização estudos e pesquisas sobre o acesso das lésbicas negras aos serviços e ações de saúde;
12. Articulação com as demais políticas de saúde, nas questões pertinentes às condições, características e especificidades das lésbicas negras;
13. Incentivo técnico e financeiro à organização de redes integradas de atenção às lésbicas negras em situação de violência sexual, lesbofobia, doméstica e intrafamilar.
14. Elaboração de materiais de informação, comunicação e educação sobre o tema da promoção e saúde das lésbicas negras, respeitando os diversos saberes e valores, inclusive preservado pelas religiões de matrizes africanas;
15. Apoio intersetorial para os projetos de saúde das lésbicas negras.
O Seminário Nacional da Promoção de Controle da Saúde das Lésbicas Negras foi realizado com apoio da Seppir e do Ministério da Saúde - Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Foi organizado pelo Coletivo Nacional de Lésbicas Negras Feministas Autônomas, Projeto Fuxico de Terreiro e Associação Cultura Arte e Movimento, contando ainda com a parceria da ACMUN (Associação Cultural de Mulheres Negras).

Data: 27/12/2007
Assessoria de Comunicação Social Seppir / PR
 1º de Dezembro – Dia Internacional de Luta contra a Aids


O que é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids?
                       
Transformar o 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU. A data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/aids. A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. No Brasil, a data passou a ser adotada, a partir de 1988, por uma portaria assinada pelo Ministério da Saúde.

Por que o laço vermelho como símbolo?

O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a aids. O projeto do laço foi criado, em 1991, pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte, de New York, que queriam homenagear amigos e colegas que haviam morrido ou estavam morrendo de aids.

O laço vermelho foi escolhido por causa de sua ligação ao sangue e à idéia de paixão, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids, e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos na Guerra do Golfo.

Foi usado publicamente, pela primeira vez, pelo ator Jeremy Irons, na cerimônia de entrega do prêmio Tony Awards, em 1991. Ele se tornou símbolo popular entre as celebridades em cerimônias de entrega de outros prêmios e virou moda. Por causa de sua popularidade, alguns ativistas ficaram preocupados com a possibilidade de o laço se tornar apenas um instrumento de marketing e perdesse sua força, seu significado. Entretanto, a imagem do laço continua sendo um forte símbolo na luta contra a aids, reforçando a necessidade de ações e pesquisas sobre a epidemia.

Hoje em dia, o espírito da solidariedade está se espalhando e vem criando mais significados para o uso do laço.

Inspirado no laço vermelho, o laço rosa se tornou símbolo da luta contra o câncer de mama. O amarelo é usado na conscientização dos direitos humanos dos refugiados de guerra e nos movimentos de igualdade. O verde é utilizado por ativistas do meio ambiente preocupado com o emprego da madeira tropical para a construção de sets na indústria cinematográfica. O lilás significa a luta contra as vítimas da violência urbana; o azul promove a conscientização dos direitos das vítimas de crimes e, mais recentemente, o azul vem sendo adotado pela campanha contra a censura na Internet. O laço branco representa a campanha internacional “Homens pelo fim da violência contra a mulher”, lançada no Canadá há vários anos.
Além da versão oficial, existem quatro versões sobre sua origem. Uma delas diz que os ativistas americanos passaram a usar o laço com o “V” de Vitória invertido, na esperança de que um dia, com o surgimento da cura, ele poderia voltar para a posição correta. Outra versão tem origem na Irlanda. Segundo ela, as mulheres dos marinheiros daquele país colocavam laços vermelhos na frente das cassa quando os maridos morriam e combate.

Com todas essas variações, o mais importante é perceber que todas essa causas são igualmente importantes para a humanidade.

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids, 1º de dezembro, foi instituído em 1988 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma data simbólica de conscientização para todos os povos sobre a pandemia de Aids. As atividades desenvolvidas nesse dia visam divulgar mensagens de esperança, solidariedade, prevenção e incentivar novos compromissos com essa luta. A iniciativa foi referendada pelo Sistema das Nações Unidas, por meio da Assembléia Mundial de Saúde, e tem o apoio dos governos e organizações da sociedade civil de todos os países. A cada ano, a OMS elege a população/grupo social que registra o maior crescimento da incidência de casos de HIV/aids e define para uma campanha com ações de impacto e sensibilização sobre a questão.


Fonte: (http://www.aids.gov.br/final/dia_mundial/dia_mundial.htm)