Um dossiê elaborado pelo Grupo de Pesquisa Lesbocídio
revelou o crescimento de violência contra lésbicas nos últimos 17 anos,
quando foram registrados cerca de 180 homicídios contra essas mulheres,
sendo que a maior parte das mortes se concentram nos últimos anos entre
2014 e 2017, quando aconteceram 126 assassinatos.
Chamado “As histórias que ninguém
conta”, o relatório aponta o resgate de informações e histórias de
vítimas neste tipo de crime no país, que contrasta o aumento,
principalmente a partir de 2013, aos quais as notificações tornaram-se
constantes em comparação aos anos antecedentes, em 2000, por exemplo,
foram 54 mortes.
A cidade de São Paulo aparece em
primeiro lugar no ranking, como 20% dos casos, sobretudo nos últimos
anos estudados (2014-2017). A capital paulista registrou nos últimos
quatro anos oito homicídios, porém, são nos municípios do interior que
acontecem mais óbitos. Dos 126 casos, 82 ocorreram fora da capital.
A
coleta de dados foi feita durante todo o ano passado, através de
informações obtidas por monitoramento de redes sociais, sites, jornais
entre outros meios de comunicação de notícias criminais nacionais,
regionais e locais, que identificou assassinatos, assim como também
suicídios.
Inclusive os registros feitos de 2014
a 2017 indicam 33 suicídios, a maior parte com jovens entre 20 e 24
anos, vindo em seguida a faixa até 19 anos. Juntas as duas faixas
etárias totalizam 69% de mulheres lésbicas que tiram a sua própria vida
no Brasil, e os índices seguem crescentes nos últimos anos.
O grupo aponta o machismo enraizado
na nossa sociedade como responsável por dados tão alarmantes e almeja a
criação de políticas públicas para reduzir a incidência de crimes deste
tipo.
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